terça-feira, janeiro 31, 2006

Mais uma vez e sempre

Ela

Uma nova vida entrou assim na minha.
Esperei muito por ela. Ansiei por ela. E de repente entrou assim na minha vida. Parece que não avisou. E sim, avisou, fez-se anunciar durante 9 meses.
Apareceu junto de mim. Apareceu para mim. E eu sinto que só faz sentido existir para essa nova vida. Essa (minha) nova esperança no futuro. Esse (meu) novo caminho com tantas portas por abrir. Com tantos caminhos para descobrir. Sempre a aprender. Sempre a escutar. Sempre.
Não é a minha extensão. Não sinto que com ela deixo algo meu para a posteridade. Sinto que ela é única. Diferente de tudo e todos. Especial. Só ela pode ser ela. Só ela pode ser assim.
Só ela permitiu que o meu umbigo deixasse de ter importância.
Só com ela.
Só por ela.
Uma pessoa.
Um futuro.
Só para ela.
Só dela.
Só ela.
Só dela (sou dela).

quarta-feira, janeiro 11, 2006

Carocas e Cusca

Em tempos tivemos um cão que se chamava Cusca. O Cusca era um cão peculiar. Tinha a vida dele e quando se lembrava vinha a casa. Era um cão pequeno, rafeiro e cheio de personalidade. Tinha os seus compromissos matinais. Fomos descobrindo que tinha rituais matinais. Batia à porta de uma casa de uma senhora velhinha e todas as manhãs tinha um parto com bolachas. Ia depois ao café comer meia torrada, oferecida por uma cliente habitual. Terminava nas aparas do talho. Claro que isto era paralelo às suas refeições caseiras e petiscos fora de horas oferecidos pelos donos.Tudo isto se foi descobrindo gradualmente. Principalmente quando ele ia connosco aos sítios e tentava entrar. Aí informavam-nos que o cão era um cliente habitual, e terminavam ou começavam sempre com esta frase (ou outra idêntica) Ah mas o cão é vosso?
A minha filha tem também rituais (quase) nos mesmos sítios. Quando vai à rua passear com os avós também pede sempre as suas coisas . E também faz passar alguns embaraços. No café (o mesmo da meia torrada do cão) mal entra pede logo: batata!!! Porque ainda se está a servir almoços e alguém está a comer batatas fritas (uma paixão). A avó vai comprar pão a uma outra pastelaria, mal entra: mam mam (que é como quem diz: pão). Resultado: leva sempre uma bola à borla oferecida pela empregada brasileira. Finalmente vai ter com a Tia-Avó e mal a vê: xiiiii xiiiii (bolachinha) crava mais umas bolachas à tia.
Rituais idênticos.