quinta-feira, outubro 06, 2005

Passado da Carolindeza II

Já falta pouco para chegares até nós. Não sei porque digo nós, se aquilo que me importa é que chegues aqui ao pé de mim.
Desde sempre que queria ter um filho, ainda melhor se fosse uma filha! E vais ser uma filha, uma menina, a minha menina.
Nem sei muito bem como explicar esta coisa de ir ser mãe. Nem sei explicar muito bem essa responsabilidade enorme de educar, transmitir valores, sentimentos. Nem penso muito nisso....claro que penso naquilo que te quero ensinar....naquilo que quero que saibas....mas quero muito mais ver-te crescer, ver as tuas descobertas, ver-te fazer as tuas escolhas....enfim: ver-te! Olhar para ti!
Primeiro quero saber a cor dos teus olhos, e como será o teu nariz? A cara? As mãos, os pés? Depois, como será a tua voz? Como será o teu sorriso? Como serás? Como és? Como vais ser? Como vamos ser as duas juntas?
Agora estamos juntas como nunca mais vamos voltar a estar! Já pensei nisso tantas vezes....agora estás aqui dentro....a única pessoa que te pode fazer mal sou eu....será que já fiz? Depois quando vieres ver o resto do mundo, tanta gente e tantas coisas podem fazer-te mal. Eu sei que te vou proteger de algumas, das que puder. Outras, tantas, agora parecem imensas....vão-te atingir....e algumas dessas vão-te fazer crescer...outras vão só doer....
Carolina, vai ser este o teu nome. É este o teu nome, Carolindeza!

Também penso às vezes como vamos ser os três juntos.....Nem sempre tenho a noção que tudo vai mudar. O teu pai e eu vamos mudar.....e tu vais ficar aqui para sempre junto de nós. E como vão ser voces os dois? Ainda não falei a sério com ele...sobre as expectativas dele....mas também já deves saber como ele é.....vai desviar o assunto, ou seja responde, mas sem sumo. Eu sei que para o sumo estou cá eu !

Se tenho medo? Todos os dias! Mas, vou-te contar um dos teus primeiros segredos: eu sempre fui medrosa!....Tenho medo de não saber fazer, tenho medo de errar....tenho medo de tanta coisa....Eu sei que tu também vais ter. Todos temos. E ainda bem, para podermos saborear a vitória quando conseguimos pregar uma rasteira a esses medos.
Vou-te ensinar a pregar algumas dessas rasteiras, outras eu sei que és tu que me vais ensinar a mim, como já estás a ensinar agora.



Alcochete, 13 de Maio de 2004

1 comentário:

Anónimo disse...

estes textos são mesmo muito bonitos... és tu não és martucha?